"I've never seen such a flip-flop in an environmental treaty context ever."
(Bill Hare, Greenpeace, com referência ao comportamento dos EUA em Bali)
Os americanos quando falam em flip-flop, geralmente estão se referindo às sandálias de dedo do tipo havaianas.
(Bill Hare, Greenpeace, com referência ao comportamento dos EUA em Bali)
Os americanos quando falam em flip-flop, geralmente estão se referindo às sandálias de dedo do tipo havaianas.
Mas não foi o caso.
O que os americanos fizeram em Bali, ali representados por Paula Dobriansky, foram se manter isolados, não assumindo qualquer compromisso e até obstruindo de certa forma as negociações até que o Secretário-Geral das Nações Unidas disse, antes de se retirar para o Timor-Leste, que a espécie humana poderia desaparecer da face da Terra em função das mudanças climáticas.
Dizem, que Paula Dobriansky, após o fato e um suspiro profundo, declarou: “juntamo-nos a um consenso”.
Dizem, que Paula Dobriansky, após o fato e um suspiro profundo, declarou: “juntamo-nos a um consenso”.
Armado o circo, no centro do picadeiro EUA chamam Japão e Canadá como aliados, enrolam as negociações para 2008, no Havaí, onde será apresentado o projeto de protocolo para ser aprovado em 2009, em Copenhague, Dinamarca, em substituição ao de Kyoto que perde a validade em 2012.
Na teatral solução, foi reservado à Europa o papel de salvadora do mundo. Falaram Brown, a Merkel e outros líderes de países europeus pedindo gratidão internacional.
Um excelente presente de Natal e Ano Novo.
“Nenhum dos panegiristas mencionou as dezenas de milhões de pessoas pobres que continuam a morrer de doenças e fome cada ano, devido às complexas realidades atuais, como se vivêssemos no melhor dos mundos” , observou Fidel Castro.
O Grupo dos 77, que abrange 132 países que lutam por se desenvolver, tinha conseguido o consenso para demandarem dos países industrializados uma redução dos gases que originam as mudanças climáticas para o ano 2020, de 20 para 40% abaixo do nível atingido em 1990, e de 60 para 70% no ano 2050. Além disso, demandavam a consignação de fundos suficientes para a transferência de tecnologia ao Terceiro Mundo.
No lugar das metas e compromissos, vazio e decepção para os ambientalistas do mundo inteiro.
A desculpa para a manobra americana foi que os países em desenvolvimento tinham que participar no corte de emissões, embora de forma diferenciada, e não pelos desenvolvidos somente, e que Bali deve ser tomado como um “critico primeiro passo” para a realização de um acordo mais amplo.
Um excelente presente de Natal e Ano Novo.
“Nenhum dos panegiristas mencionou as dezenas de milhões de pessoas pobres que continuam a morrer de doenças e fome cada ano, devido às complexas realidades atuais, como se vivêssemos no melhor dos mundos” , observou Fidel Castro.
O Grupo dos 77, que abrange 132 países que lutam por se desenvolver, tinha conseguido o consenso para demandarem dos países industrializados uma redução dos gases que originam as mudanças climáticas para o ano 2020, de 20 para 40% abaixo do nível atingido em 1990, e de 60 para 70% no ano 2050. Além disso, demandavam a consignação de fundos suficientes para a transferência de tecnologia ao Terceiro Mundo.
No lugar das metas e compromissos, vazio e decepção para os ambientalistas do mundo inteiro.
A desculpa para a manobra americana foi que os países em desenvolvimento tinham que participar no corte de emissões, embora de forma diferenciada, e não pelos desenvolvidos somente, e que Bali deve ser tomado como um “critico primeiro passo” para a realização de um acordo mais amplo.
“Os países em desenvolvimento têm que ter um tratamento diferenciado de acordo com o respectivo tamanho de suas economias e utilização de energia”, disseram, e “qualquer meta em relação ao clima tem que levar em conta o direito legítimo das maiores nações em desenvolvimento de continuar crescendo em bases sustentáveis e com acesso as fontes seguras de energia”, finalizaram.
Com isso, foi retirado do texto o compromisso das nações industrializadas européias de reduzir as emissões em 25-40% pelo ano de 2020.
No lugar, “serão necessários cortes profundos nas emissões globais com vistas ao fim maior” de evitar perigosas alterações climáticas.
Como naquela estória de colocar a vaca dentro de casa e depois tirar a vaca para fora e sentir certa sensação de alívio, os EUA enrolam, e o mundo perde mais dois preciosos anos.
Isto foi o que Bill Hare quis dizer com o flip-flop.
Enquanto isso, exatamente na mesma data, 15 de dezembro, Bush conseguia a aprovação pelo Senado, da verba de 696 bilhões de dólares (quase um PIB brasileiro) para o orçamento militar de 2008, sendo 189 bilhões a serem gastos nas guerras do Afeganistão e Iraque.
Ao contrário de Niemeyer, Bush permanecerá incoerente e inconseqüente até o final.
O governo brasileiro também se furta a imitar o comportamento do gênio da arquitetura, permanecendo incoerente da mesma forma que os americanos.
A posição do Itamaraty era de não aceitar metas internacionais de redução de emissões de gases causadores do aquecimento global para países em desenvolvimento, como já tinha se pronunciado o subsecretário de assuntos políticos do Ministério de Relações Exteriores, Everton Vieira Vargas.
O diplomata tinha rejeitado a proposta do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) de fixar em 20% a redução de emissões dos gases-estufa até 2050 pelos países em desenvolvimento.
"É uma visão injusta e míope querer comparar responsabilidades da Índia e da China nas emissões com as dos EUA e da Europa", disse. Ele afirmou que, embora seja um dos maiores poluidores do mundo, a China não aumentou suas emissões considerando o número de habitantes.
Foi com base em posições similares que os EUA conseguiram levar a discussão para o Havaí, e forçar os emergentes a fazerem a sua parte.
A discussão assumiu um aspecto pueril e primitivo, do tipo: se os desenvolvidos conseguiram desenvolvimento as custas do ambiente por que não podemos nós também?
A febre da incoerência atingiu os nossos políticos provavelmente contaminados pelo descaso americano.
No Brasil, poucos estudos têm sido efetuados para que se consiga avaliar a extensão dos danos de um aumento de temperatura teria sobre nossa economia e bem estar.
No entanto, o Programa de Energia Transparente do Instituto Acende Brasil apresentou um estudo datado de outubro/2007 onde mostra claramente a progressiva diminuição da energia armazenada total ao longo dos anos na forma de recursos hídricos ou um esvaziamento gradual do sistema, projetando para outubro de 2011 cerca de 8% a menos de água nos reservatórios das hidrelétricas.
É bom lembrar que as propriedades físico-quimicas da água permanecerão inalteradas. Maior temperatura implica em menos quantidade do elemento no estado sólido e líquido e maior em estado gasoso.
Então, mantida a tendência, ameaças de apagões, como os verificados em 2001, se tornarão mais freqüentes até se tornarem constantes, obrigando a queima de mais gás nas termoelétricas e alimentando ainda mais o aquecimento global, se não forem tomadas medidas de contenção em outras áreas de consumo de combustíveis fósseis.
O pior, no entanto, é o desmatamento das florestas tropicais, chamadas em inglês de “rain forests”.
O país continua desmatando, de certa maneira incentiva a destruição já que permite a exportação de madeira e móveis com isenção de impostos.
A floresta amazônica retém a água necessária para a manutenção do potencial hídrico daquela região, onde o Brasil deposita suas maiores pretensões para a geração de energia elétrica no futuro próximo.
Estudos internacionais ainda mostram que a Amazônia poderá virar lixo se a temperatura média daquela região subir mais que 3 graus centígrados. A água se evaporará depressa demais matando as árvores que, em decomposição, liberarão o metano, gás quatro vezes mais poderoso em armazenar calor que dióxido de carbono. Toda a região pode se transformar em um deserto.
O país continua permitindo as queimadas, colocando-o entre os maiores poluidores mundiais e anulando quase que totalmente os ganhos com o uso dos bio-combustíveis.
Assim, quem sabe, ano que vem no Havaí teremos o evento patrocinado pelas sandálias havaianas.
Havaianas, vocês sabem, todo mundo usa.
Foi com base em posições similares que os EUA conseguiram levar a discussão para o Havaí, e forçar os emergentes a fazerem a sua parte.
A discussão assumiu um aspecto pueril e primitivo, do tipo: se os desenvolvidos conseguiram desenvolvimento as custas do ambiente por que não podemos nós também?
A febre da incoerência atingiu os nossos políticos provavelmente contaminados pelo descaso americano.
No Brasil, poucos estudos têm sido efetuados para que se consiga avaliar a extensão dos danos de um aumento de temperatura teria sobre nossa economia e bem estar.
No entanto, o Programa de Energia Transparente do Instituto Acende Brasil apresentou um estudo datado de outubro/2007 onde mostra claramente a progressiva diminuição da energia armazenada total ao longo dos anos na forma de recursos hídricos ou um esvaziamento gradual do sistema, projetando para outubro de 2011 cerca de 8% a menos de água nos reservatórios das hidrelétricas.
É bom lembrar que as propriedades físico-quimicas da água permanecerão inalteradas. Maior temperatura implica em menos quantidade do elemento no estado sólido e líquido e maior em estado gasoso.
Então, mantida a tendência, ameaças de apagões, como os verificados em 2001, se tornarão mais freqüentes até se tornarem constantes, obrigando a queima de mais gás nas termoelétricas e alimentando ainda mais o aquecimento global, se não forem tomadas medidas de contenção em outras áreas de consumo de combustíveis fósseis.
O pior, no entanto, é o desmatamento das florestas tropicais, chamadas em inglês de “rain forests”.
O país continua desmatando, de certa maneira incentiva a destruição já que permite a exportação de madeira e móveis com isenção de impostos.
A floresta amazônica retém a água necessária para a manutenção do potencial hídrico daquela região, onde o Brasil deposita suas maiores pretensões para a geração de energia elétrica no futuro próximo.
Estudos internacionais ainda mostram que a Amazônia poderá virar lixo se a temperatura média daquela região subir mais que 3 graus centígrados. A água se evaporará depressa demais matando as árvores que, em decomposição, liberarão o metano, gás quatro vezes mais poderoso em armazenar calor que dióxido de carbono. Toda a região pode se transformar em um deserto.
O país continua permitindo as queimadas, colocando-o entre os maiores poluidores mundiais e anulando quase que totalmente os ganhos com o uso dos bio-combustíveis.
Assim, quem sabe, ano que vem no Havaí teremos o evento patrocinado pelas sandálias havaianas.
Havaianas, vocês sabem, todo mundo usa.