quarta-feira, 14 de outubro de 2009

CARNE - COMER OU NÃO







“Não coma os animais, não mate seus irmãozinhos pois eles são seus amiguinhos.”

“Que ridículo... num país onde grassa a impunidade em todos os níveis, mesmo quanto aos crimes mais hediondos contra os humanos, os nossos digníssimos representantes se preocuparem com esse tipo de problema. Não que eu seja a favor de que sejam perpetrados crimes contra animais, isso é um outro problema, porém convenhamos... temos outros problemas mais graves a resolver primeiro...”

No livro “O Caçador de Pipas” , certo personagem vem e diz: Só existe um crime que é roubar, todos os outros são variações desse primeiro e único, e passa explicar com exemplos, matar é roubar (quando não se mata para roubar) o tempo que pertence a outro, e assim por diante.

Na verdade, o autor quis dizer uma só coisa; em matéria de mandamentos morais não pode haver hierarquia entre eles, somente entre os amorais.

Kant disse: “Duas coisas enchem o espírito de uma admiração e de uma veneração sempre novas e sempre crescentes, na medida da freqüência e da perseverança com a qual a reflexão a elas se apega: o céu estrelado acima de mim e a lei moral em mim.”

Um homem amoral é uma criatura imperfeita, eu mesmo não posso crer na existência de uma simples espécie, mas infelizes aqueles que vivem com a moral alheia, que remetem à outros a responsabilidade pelos seus atos e os imorais.

Matar é errado?

Shakleton, em sua expedição à Antártica (1908 ao pólo magnético sul), mandou em dado momento que sacrificassem todos os cachorros (levados para puxar trenós) para que os expedicionários tivessem mais alimentos além do que seria poupado para alimentar os animais.

O desenrolar dos eventos provou ter sido uma atitude necessária.

O indivíduo adulto é guiado por valores morais, “matar é errado”, aprendemos desde cedo. Por menos que se pareça um pedaço de bife a um boi morto é inevitável não pensar na morte do ser que dá o alimento.

É necessário o consumo de carne?

“ O corpo humano não necessita de proteína animal para atender suas necessidades nutricionais.”

Isto acima se tornou uma verdade um tanto inconveniente para o agronegócio, já que o consumo de carne pode ser uma questão de vício.




“Todos sabemos que a carne faz mal à saúde. Todos sabemos que a pecuária e os pastos destroem o meio-ambiente. Mas o motivo que me faz radicalmente vegetariano é a impossibilidade de aceitar que se mate um animal para comer.”
Cláudio Cavalcanti



Neste ponto, eu emendo meu texto com o excelente de Charles Eisenstein - The Ethics of Eating Meat: A Radical View – que traduzo abaixo.
O original em inglês ou espanhol pode ser obtido diretamente no site: http://www.westonaprice.org/healthissues/ethicsmeat.html



A ÉTICA NO COMER CARNE - UMA VISÃO RADICAL


Por Charles Eisenstein

Muitos vegetarianos que conheço não são primariamente motivados pela nutrição. Apesar deles argüirem dos benefícios da dieta vegetariana para a saúde, muitos vêem boa saúde como a recompensa para a pureza e virtude da dieta vegetariana – desde dos idealistas no colégio aos ativistas ambientais, aos aderentes das tradições espirituais orientais, como o Budismo e Ioga – é o moral ou o caso ético que prevalece em o não comer carne.


Enunciado com grande autoridade por pessoas espiritualmente iluminadas como Mahatma Gandhi, ou por guerreiros pró-ambiente como Francês Moore Lappe, o componente moral contra o comer carne parece à primeira vista ser sobrepotente. Como um comedor de carne que cuida profundamente de viver harmoniosamente com o meio ambiente, e como uma pessoa honesta que tenta eliminar a hipocrisia como meu meio de vida, eu me sinto compelido a tomar esses argumentos seriamente.


Um argumentação típica se parece com o seguinte: Para alimentar a sociedade moderna em seu enorme apetite por carne, os animais suportam um sofrimento inimaginável em condições de extrema imundície, superlotação e confinamento. Frangos são colocados em 20 por gaiola, os bezerros entre paredes de concreto em espaço tão estreito que não lhes permite nunca dar a volta.

O Argumento a Favor do Ambiente


A crueldade é espantosa, mas não menos que os efeitos ambientais. Os animais são alimentados com 5 a 15 kg de proteínas vegetais para cada Kg de carne produzida, uma prática desmedida em um mundo onde tantos vivem famintos. Enquanto um sexto de acre de terreno pode alimentar um vegetariano por um ano, mais de três acres são necessários para prover os grãos necessários para criar a quantidade anual necessária de carne para um carnívoro mediano.


Muito freqüentemente esse espaço é tomado das florestas.


O consumo de água é outro fator de espanto, 20.000 litros por 1 kg de bife, cem vezes mais do que o necessário para a produção de 1 kg de trigo. Combustíveis fósseis são outros insumos nocivos ao ambiente na produção da carne. E não podemos esquecer os resíduos de antibióticos e hormônios sintéticos cada vez mais presentes em nossa água potável, além, claro, do esterco de onde aparecem esses resíduos.
Mesmo sem considerar a questão do tirar a vida (tratarei do assunto adiante), os fatos acima por si só deixam claro que é imoral a conivência e incentivo a esse sistema, comendo carne.

Fabrica ou Fazenda?


Eu não contestarei nenhum dos dados estatísticos acima, exceto para dizer que eles somente descrevem a industria da carne tal qual ela existe hoje. Eles são argumentos poderosos contra a industria da carne, não o consumir carne. De fato, existem outros meios de criar animais para o consumo, maneiras que fazem com que a criação constitua um patrimônio do ambiente ao invés de sua depredação, em que os animais não convivam com tanto sofrimento. Considere, por exemplo, uma fazenda tradicional que combine uma variedade de culturas, pastagens e hortos florestais.


Aqui, esterco deixa de ser poluente para se tornar uma valiosa contribuição à fertilidade do solo. Ao invés de tirar os grãos dos desnutridos, animais de pastagens produzem alimento em terras impróprias para o cultivo.


Quando os animais são usados para o trabalho ou para comer insetos eles reduzem o uso de combustíveis e a tentação do uso de pesticidas. Também, animais soltos requerem muito menos água para assepsia.


Uma fazenda não é apenas uma unidade produtiva mas um sistema ecológico e animais desempenham uma função benéfica. Os ciclos e relações entre os plantios, árvores, insetos, esterco, pássaros, solo, água e pessoas residentes na fazenda formam uma intricada rede “orgânica” em seu sentido original, de uma beleza ímpar, nada comparado com uma fábrica de carne com 5.000 animais apinhados entre paredes de concreto.


Qualquer ambiente natural é lar de plantas e animais, e parece razoável que uma agricultura que procure estar o mais próximo possível da natureza para que ela incorpore ambos. De fato, uma fazenda puramente de horticultura, animais selvagens podem representar um grande problema, e medidas artificiais podem ser necessárias para mantê-los à distancia. Fileiras de alface e cenouras podem ser um irresistível buffet para coelhos, por exemplo, que podem dizimar plantações inteiras da noite para o dia.


Hortigranjeiros devem se fiar em cercas elétricas, armadilhas, e mais do que pessoas possam imaginar, armas para proteger suas culturas. Se o agricultor evita a morte dos animais, cultivar vegetais à uma margem rentável requer manter o terreno em um estado altamente artificial, apartado da natureza.

Sim, alguém pode dizer, mas as fazendas idílicas do passado são insuficientes para atender a alta demanda de nossa sociedade viciada em carne. Mesmo que você coma somente carne oriunda de processamento orgânico, você não está sendo moral a menos que seu nível de consumo seja consistente com todos os outros seis bilhões de pessoas compartilhando sua dieta.


Produção e Produtividade


Tal argumentação repousa na hipótese de que nossa atual indústria de carne procura maximizar a produção. Na verdade ela procura maximizar o lucro, o que significa maximizar não a produção e sim a produtividade – unidades por dólar.


Em termos de dinheiro é mais eficiente ter mil cabeças de gado em uma manjedoura de alta densidade, comendo milho oriundo de uma monocultura quimicamente dependente em fazenda de 5.000 acres do que ter 50 cabeças por 250 acres de pasto em propriedades familiares.


É mais eficiente em termos de dinheiro, e provavelmente mais eficiente em termos de trabalho humano também. Menos fazendeiros são necessários e para uma sociedade com cada vez menos presença no campo, isto é considerado uma coisa boa. Mas em termos de carne por acre (ou por unidade de água, combustíveis fosseis ou outro capital natural) não é mais eficiente.


Em um mundo ideal, talvez, poderia haver carne para todos, mas ela teria que ser bem mais cara. Isto é realmente o que deveria ser. Sociedades tradicionais sempre entenderam que carne é um alimento especial; elas a reverenciam como um dos mais valiosos presentes da natureza.




Por extensão, como nossa sociedade traduz, maior valor maior o preço, carne deveria ser cara.
Os preços praticados pela carne ( e outros alimentos) são extraordinariamente baixos relativamente ao total dos gastos do consumidor, tanto por séries históricas como em comparação à outros países. Preços ridículos para os alimentos empobrece os fazendeiros, degrada o alimento em si, e faz com que menos “eficientes” modos de produção se tornem antieconômicos. Se o alimento, carne em particular, fosse mais cara talvez não houvesse tantos fatores de desperdício ao avaliar sua sustentabilidade.


O Imperativo Moral


Até agora tenho tratado das cruéis condições e sustentabilidade ambiental, motivações morais importantes para o vegetarianismo, sem dúvida. Mas o vegetarianismo existe desde antes dos tempos das fazendas indústrias, e foi inspirado pela simples, primária convicção de que matar é errado. É incontroverso o repúdio que causa a retirada de vida desnecessariamente; é sangrento, brutal e bárbaro.


Claro que as plantas são seres vivos também, e a maioria das dietas vegetarianas envolvem a morte de plantas. Muitas pessoas não aceitam que matar animais e plantas seja a mesma coisa, e poucos sustentariam que a forma de vida animal não é a mais organizada, com mais capacidade de sentir e de sofrer. Compaixão emerge mais prontamente aos animais que gritam de medo e de dor, apesar de pessoalmente, eu sentir pelas ervas quando as arranco pela raiz em meu jardim.
Entretanto, o argumento “plantas também vivem” é impotente para abalar o impulso moral por traz do vegetarianismo.


Devemos também notar que as culturas mecanizadas envolvem a morte massiva de organismos presentes no solo, insetos, roedores e pássaros. De novo, isto não impressiona a motivação vegetariana porque este matar é incidental e em princípio pode ser minimizado. O solo ou a Terra pode, pelo que sabemos, ser um ser sensível, e seguramente um sistema agrícola, mesmo que seja totalmente orientado ao cultivo de plantas mas que envolve a morte do solo, de rios e da terra é tão moralmente repreensível quanto um sistema orientado para produção de carne, mas de novo não atinge o cerne da questão:


Não é errado matar um ser sensível desnecessariamente?

Alguém ainda poderia questionar quando matar é realmente necessário. Apesar do aspecto nutricional parecer favorável ao vegetarianismo, uma significativa parcela de pesquisadores questionam veementemente seus benefícios para a saúde. Uma avaliação apurada neste debate foge ao escopo desse artigo, mas após anos de experimento próprio, estou convencido que a carne me parece “necessária” no tocante à saúde, força e energia. Então minha boa saúde pesa mais que o direito de viver de outro ser? Esta questão nos devolve à questão central sobre o matar. É tempo de abandonar certas suposições e enfrentar o assunto diretamente.

A Questão Central


Comecemos com uma questão provocadora: “Exatamente, qual é o mal em matar?” e por extensão, “O que tem de ruim em morrer?”

É impossível analisar as implicações do comer carne sem pensar sobre o significado da vida e da morte. De outra maneira se estará no perigo da prática da hipocrisia, proveniente da separação do fato morte por detrás de cada ´pedaço de carne que comemos

A distância física e social do matadouro de nossa mesa de jantar nos isola do medo e sofrimento dos animais quando eles são levados ao abate, tornando o animal num simples “naco de bife”. Tal distancia é um luxo que nossos ancestrais não tiveram: nas antigas sociedades rurais e caçadoras, matar era uma experiência pessoal, sendo impossível, portanto, ignorar o fato de que recentemente havia ali um animal vivo.

Nosso isolamento da morte como um fato se estende muito além da industria alimentícia.
O acumular de riquezas mundanas – dinheiro, status, especialização, reputação – ignoramos a verdade de que tudo é passageiro, e portanto, no final, sem valor algum. “Você não pode levar isso com você”, diz o ditado, ainda que no sistema de consumo, com base no ter, é dependente da falsa impressão de que se pode, e que essas coisas tenham um valor real. Freqüentemente somente com “um quase morte” é que a pessoa se toca no que é verdadeiramente importante. A realidade da morte é que revela a futilidade de valores e metas convencionadas pela sociedade moderna, tanto coletiva quanto individualmente.

Não é de se admirar, então, que nossa sociedade, sem precedentes em sua riqueza, tenha também desenvolvido um medo também sem precedentes em relação à morte. Tanto a nível pessoal quanto institucional, o prolongamento e segurança de vida se tornaram mais importante de como se vive a vida.

Isto se mostra mais óbvio em nosso sistema médico, claro, em que a morte é vista como o máximo dos “prejuízos”, em que mesmo uma agonia prolongada é preferível a ela. Eu vejo o mesmo tipo de pensamento em certos estudantes, que preferem uma “agonia prolongada” em estudar matérias que odeiam, no intuito de conseguir um emprego de que não gostam realmente, para se ter uma certa “segurança” financeira.

Eles tem medo de viver corretamente, medo de exercer seu direito de ter nascido, que é trabalhar em uma função prazerosa e excitante. O mesmo medo se estende por baixo de nossa obsessão lunática por “segurança”, como sociedade. O programa americano em sua totalidade é para se isolar o que for possível da morte para se obter “segurança”. Ele alimenta o ego tentando fazer permanente o que nunca poderá ser.

O Dualismo Moderno


Indo fundo, a raiz desse medo, eu acho, repousa em nossa separação dualística do corpo e alma, espírito e matéria, homem e natureza. O legado científico de Newton e Descartes sustenta que somos finitos, seres separados; que a vida e seus eventos são acidentais; que se pode explicar os processos da vida em termos de leis objetivas aplicadas ao inanimado, partes elementares; e portanto o significado e Deus uma projeção de nossas ilusões. Se tudo o que existe é matéria, e a vida não tem nenhum propósito real, então, claro, a morte é a calamidade máxima.

Curiosamente, o legado religioso de Newton e Descartes não é assim tão diferente. Quando a religião se abdica de explicar de “como o mundo funciona” – da cosmologia à física, se afastou do reino do “não-mundano”. O espírito se tornou o oposto da matéria, alguma coisa elevada e dela separada. Não interessa muito o que você faz no mundo material, não tem a mínima importância, desde que sua “alma” (imaterial) esteja salva. Na visão dualística da espiritualidade, viver corretamente como um ser de carne e osso, no mundo material, se tornou menos importante. A vida humana se tornou uma incursão temporária, uma distração inconseqüente da vida eterna do espírito.

Outras culturas, mais antigas e inteligentes, não viram dessa forma. Elas acreditavam em um mundo sagrado, de matéria imbuída de espírito. Animismo, como a chamamos, a crença de que todas as coisas possuem alma. Mesmo essa definição delata nossas presunções dualísticas. Talvez uma melhor definição seria de que todas as coisas são alma. Se todas as coisas são alma, então a vida na carne, no mundo material, é sagrada. Essas culturas também acreditavam em destino, da futilidade de tentar viver além de seu tempo.


Viver corretamente no tempo que te é dado vira uma questão de fundamental importância, e a vida uma jornada sagrada.

Quando a morte, ao invés da vida vivida erroneamente é a maior calamidade, é fácil perceber porque uma pessoa ética escolheria o vegetarianismo. Privar uma criatura da vida é o maior dos crimes, especialmente dentro do contexto de uma sociedade que valoriza mais a segurança que o bem-estar e o seguro mais que o risco inerente à criatividade.
Quando o resultado é a desilusão, tudo que sobra é o ego – a representação interna do eu em relação ao do não eu. A morte nunca é natural, parte de uma harmonia maior, de um propósito maior, de um projeto divino, porque não há um projeto divino; o universo é impessoal e desprovido de alma.

A Ciência Obsoleta

Afortunadamente, a ciência de Newton e Descartes está obsoleta. Seus pilares de reducionismo e objetividade se encontram fragmentados sob o peso das descobertas do século 20 na termodinâmica, mecânica quântica e sistemas não lineares, nas quais a ordem emerge do caos, a simplicidade da complexidade, e a beleza de lugar algum e de todos ao mesmo tempo; onde tudo está conectado; e onde alguma coisa sobre o todo que não pode ser perfeitamente entendido em termos de suas partes.

Esteje avisado que meus pontos não são aceitos pela maioria dos cientistas, porém acredito que muito na ciência moderna aponta para um mundo provido de alma, onde a consciência, ordem e propósito cósmico estão escritos no tecido da realidade. Na visão holística e animística a questão não é se existe matança, mas sim se está correto e harmônico o alimento que se toma. A vaca é uma alma, assim como é a terra e o ecosistema e o planeta. A vaca levou a vida que ela tinha o direito de levar? Foi bem ou mal criada (de acordo com meu entendimento)? Unindo a intuição com o conhecimento dos fatos, eu pergunto quando comer essa comida contribui para o desenvolvimento do projeto divino que acho existir.

O Projeto Divino

Há um tempo para viver e outro para morrer. Esta é a natureza. Se voce pensa sobre isso descobre que o sofrimento prolongado é raro na natureza. Nossa industria da carne lucra do sofrimento prolongado dos animais, das pessoas e da Terra, mas este não é o que tem que ser.

Quando uma vaca vive uma vida que uma vaca tem o direito de viver, quando a sua vida e morte estão consistentes com um mundo belo, então para mim não existe um dilema ético em matar essa vaca para comer. Claro que existe sofrimento e medo quando ela é levada para o matadouro e isto me deixa triste. Tem muita tristeza na vida, mas também existe a alegria que não é dependente em evitar o sofrimento e maximizar o prazer, mas no viver de maneira correta e bem.

Seria hipocrisia aplicar isto a uma vaca e não a mim. Para viver com integridade como um matador de animais e plantas, é necessário para mim em minha própria vida viver corretamente e bem, mesmo e especialmente quando tais decisões parecem comprometer meu conforto, segurança, razão e interesse próprio, mesmo ainda se viver corretamente representar risco de vida. Não apenas para animais, mas para mim também , há um tempo para viver e outro para morrer. È o que digo: O que é bom o bastante para uma criatura viva é bastante para mim.


Comer carne não necessita ser qualquer espécie de arrogante “ismo”, mas consistente com a cândida submissão às marés da vida e da morte.

Quando vivemos corretamente, decisão por decisão, o coração canta mesmo quando a racionalidade da mente discorda e o ego protesta. Ademais, a sabedoria humana é limitada. A despeito de nossas maquinações, somos incapazes de evitar o sofrimento, a perda e a morte.


Para os animais, plantas como para humanos, há mais para viver do que para não morrer.


Sobre o Autor
Charles Eisenstein vive na Pennsylvania. Ele ensina na Penn State e é autor do livro, The Yoga of Eating, publicado pela New Trends Publishing, site http://www.newtrendspublishing.com/YOGA/.