quinta-feira, 15 de maio de 2008

A BOLHA


Em todos os lugares (normais) do mundo, uma alta da taxa básica de juros provocaria uma baixa generalizada das ações em bolsas de valores, e vice versa.

Quem acompanhou o Dow Jones nesta seqüência de cortes efetuados pelo FED pôde constatar isto.

Tal movimento está em linha com os fundamentos econômicos, onde altos juros inibem o investimento no setor produtivo.

No Brasil aconteceu o contrário. Não porque nosso parque industrial local não tenha se ressentido, mas porque dois outros movimentos estão compensando, com folga, a deterioração das finanças de nossas industrias.

O primeiro é o fluxo de capital estrangeiro que entra pela bolsa de valores.
O Brasil com a estabilização da moeda, com o crescimento do mercado de consumo interno e seus achados de petróleo, vem atraindo o interesse estrangeiro.
Com a desvalorização do dólar perante às outras moedas fortes este movimento é reforçado e ainda recebe um turbinamento extra quando os juros são aumentados.
Pelos fundamentos, quando a oferta é demasiada o preço cai. Assim foi o que aconteceu com o dólar, a sua queda vem dando origem ao segundo movimento.
È que as multinacionais tiveram seus lucros espetacularmente elevados com as variações cambiais. De repente o mesmo lucro em reais se transformaram em muito mais dólares, valorizando suas ações em seus países de origem e tal valorização propagada para cá.
Essa valorização, porém, é fictícia porque não tem a contrapartida produtiva.
É, como chamam, uma bolha.
A bolha é um fenômeno dinâmico, a manifestação de um desequilíbrio, significando que em algum ponto, em algum momento, se romperá.

No caso, não vejo mais que dois pontos de ruptura, ou o mundo trabalha mais por menos ou os EUA desvalorizam sua moeda, ou seja, eles é que trabalhariam mais, por menos.

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