“O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, exaltou nesta quinta-feira a forte regulação e o provisionamento dos bancos brasileiros, que conseguiram manter o sistema bancário local afastado do epicentro da crise financeira global. "A prudência compensa", disse Meirelles em discurso no jantar anual da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).”
O que teria querido dizer a eminente autoridade com as assertivas acima?
Exaltou a forte regulação e o provisionamento.
Segundo o Aurélio, quem exalta torna alto, sublime, grandioso, alguma coisa. No caso, o que a autoridade diz ser grandiosa ou sublime é a forte regulação e o provisionamento dos bancos brasileiros. Podemos entender que a regulação é efetuada pelo BC, só que aí deparamos com o primeiro entrave em nossa análise; qual seria o objeto da exaltação?
Descartada a hipótese que o presidente estaria a exaltar si mesmo, nos resta somente a de que ele estaria a exaltar, na posição de presidente da instituição reguladora do sistema financeiro nacional, o bom trabalho das entidades reguladas em se auto-regular e no tocante à questão do provisionamento.
Mas o que seria provisionamento?
O nosso habitual socorro, o Aurélio, falha em nos transmitir o significado de tal vocábulo. Talvez tenha sido inventado em função de algum tempero excêntrico presente nas iguarias servidas no jantar.
O que nos salva, contudo, é que a raiz da palavra é conhecida, e tem a ver com provisão.
A idéia coloquial de provisão é de abastecimento, fornecimento, sortimento, provimento, mas no caso, conhecido o ambiente contábil em que se desenrolava a conversa, a idéia é de separação de um valor para uma determinada conta, como na “provisão para devedores duvidosos” em que se separa um valor que se acredita perdido mas que ainda os custa a admitir o fato.
A dificuldade, agora, em nossa análise é que a provisão, qual como é definida, sempre antecede o que se quer prover, ou antever um valor para. Assim, é desprovido de qualquer sentido o fato da provisão acompanhar o que se quer “provisionar”, como o ilustríssimo senhor deixou a entender em sua fala:
“Meirelles ainda defendeu, durante seu discurso, que o Brasil poderia ter um sistema de provisionamento de crédito que acompanhasse a concessão deste crédito. Atualmente, os bancos fazem o provisionamento de acordo com o tipo de financiamento dado e com o nível de risco que considera ter ao fazer a operação.”
Contabilmente, o financiamento é que teria que acompanhar o “provisionamento”.
Contudo, analisando no contexto e atento à chave “A prudência compensa” o Sr. Presidente, de fato, elogia a atitude dos bancos em se expor menos a riscos, separando uma parcela (provisão) menor do dinheiro disponível para financiamentos e empréstimos apesar dos tentadores ganhos prometidos pelas taxas de juros (prudência).
Embora, se saiba que menos dinheiro para o financiamento do desenvolvimento significa mais dinheiro para a especulação e para outros fins menos nobres, a seguir passam para as apostas em quanto deverá crescer o país em 2009, apesar de todos esses entraves.
“Já o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse durante a sua fala que as conseqüências da crise são menores no Brasil, inclusive na comparação com os demais países emergentes. Por esse motivo, continua mantendo a sua aposta de que o PIB (Produto Interno Bruto) crescerá 4% em 2009.
A maioria dos analistas apostam que o PIB ficará em 3%, segundo o último boletim Focus, do Banco Central. "É uma meta ambiciosa, mas exeqüível", disse o ministro.”
Qual seria a aposta do ministro, 3 ou 4% ?
Outra coisa a lamentar é a redação dos jornais. Ao final da leitura, a impressão que se tem é que ficou um espaço em branco na memória. Mas é só impressão porque, em raros casos, existe alguma matéria que a inteligência aproveite.
O que teria querido dizer a eminente autoridade com as assertivas acima?
Exaltou a forte regulação e o provisionamento.
Segundo o Aurélio, quem exalta torna alto, sublime, grandioso, alguma coisa. No caso, o que a autoridade diz ser grandiosa ou sublime é a forte regulação e o provisionamento dos bancos brasileiros. Podemos entender que a regulação é efetuada pelo BC, só que aí deparamos com o primeiro entrave em nossa análise; qual seria o objeto da exaltação?
Descartada a hipótese que o presidente estaria a exaltar si mesmo, nos resta somente a de que ele estaria a exaltar, na posição de presidente da instituição reguladora do sistema financeiro nacional, o bom trabalho das entidades reguladas em se auto-regular e no tocante à questão do provisionamento.
Mas o que seria provisionamento?
O nosso habitual socorro, o Aurélio, falha em nos transmitir o significado de tal vocábulo. Talvez tenha sido inventado em função de algum tempero excêntrico presente nas iguarias servidas no jantar.
O que nos salva, contudo, é que a raiz da palavra é conhecida, e tem a ver com provisão.
A idéia coloquial de provisão é de abastecimento, fornecimento, sortimento, provimento, mas no caso, conhecido o ambiente contábil em que se desenrolava a conversa, a idéia é de separação de um valor para uma determinada conta, como na “provisão para devedores duvidosos” em que se separa um valor que se acredita perdido mas que ainda os custa a admitir o fato.
A dificuldade, agora, em nossa análise é que a provisão, qual como é definida, sempre antecede o que se quer prover, ou antever um valor para. Assim, é desprovido de qualquer sentido o fato da provisão acompanhar o que se quer “provisionar”, como o ilustríssimo senhor deixou a entender em sua fala:
“Meirelles ainda defendeu, durante seu discurso, que o Brasil poderia ter um sistema de provisionamento de crédito que acompanhasse a concessão deste crédito. Atualmente, os bancos fazem o provisionamento de acordo com o tipo de financiamento dado e com o nível de risco que considera ter ao fazer a operação.”
Contabilmente, o financiamento é que teria que acompanhar o “provisionamento”.
Contudo, analisando no contexto e atento à chave “A prudência compensa” o Sr. Presidente, de fato, elogia a atitude dos bancos em se expor menos a riscos, separando uma parcela (provisão) menor do dinheiro disponível para financiamentos e empréstimos apesar dos tentadores ganhos prometidos pelas taxas de juros (prudência).
Embora, se saiba que menos dinheiro para o financiamento do desenvolvimento significa mais dinheiro para a especulação e para outros fins menos nobres, a seguir passam para as apostas em quanto deverá crescer o país em 2009, apesar de todos esses entraves.
“Já o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse durante a sua fala que as conseqüências da crise são menores no Brasil, inclusive na comparação com os demais países emergentes. Por esse motivo, continua mantendo a sua aposta de que o PIB (Produto Interno Bruto) crescerá 4% em 2009.
A maioria dos analistas apostam que o PIB ficará em 3%, segundo o último boletim Focus, do Banco Central. "É uma meta ambiciosa, mas exeqüível", disse o ministro.”
Qual seria a aposta do ministro, 3 ou 4% ?
Outra coisa a lamentar é a redação dos jornais. Ao final da leitura, a impressão que se tem é que ficou um espaço em branco na memória. Mas é só impressão porque, em raros casos, existe alguma matéria que a inteligência aproveite.