quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Pergunte ao Psicólogo




- Qual é a cotação do petróleo hoje no mercado internacional?
- Não sei. - Respondeu o examinado.
- Então você não é economista. - Como pode um economista não saber o preço do principal produto de consumo?


O preço do petróleo quebrou outro recorde, movido pelos estoques apertados de combustível no mercado americano, atingindo a marca histórica de $78,36 dólares o barril. Nem mesmo o anunciado aumento na produção dos Estados membros da OPEC, conseguiu acalmar o mercado. A tendência é forte pressão nos preços na medida em que se fortalece a demanda com a aproximação do inverno no hemisfério norte.

Parece incrível, mas é verdade. Nem mesmo a página do Bacen estampa o preço do óleo no mercado internacional. O País se comporta como se tivesse ficado rico deste bem e não precisasse mais acompanhar o seu preço.

Existe algum estudo econômico caso o Brasil importasse 50% do seu consumo, situação em que se encontrava nos anos 70?

Qual seria o impacto de um gasto,extra, mensal de 2,3 bilhões de dólares? Quando irá acontecer isto?

Estaremos preparados?

- Mas eu não sou economista –retorquiu o examinado
- Então o senhor deve ser um psicólogo, mas é a mesma pergunta, só vou mudar o enfoque.

O que significa essa aparente megalomania que acomete nosso governo e que vem contaminando a população? Nosso chefe maior, com um feixe de cana-de-açúcar debaixo do braço, sai como se tivesse a solução definitiva para o problema energético mundial. Imagino como a comunidade internacional se sente. Acho que se sente como nos sentiríamos diante de um vendedor de tônicos milagrosos que curam até viadagem.
O que um país com uma reserva micha de petróleo ( 15 bilhões de barris contra mais de um trilhão no restante do globo) e com gravíssimos problemas estruturais poderia contribuir para a melhoria do atual quadro e ainda ditar os caminhos em que seguirá a humanidade?
A produção brasileira de petróleo alcançou o seu pico ou está bem próximo dele, devendo atingir a produção máxima dentro dos próximos cinco ou dez anos. Com a opção pelas estradas de rodagem (isto deve ter acontecido pela sobra de asfalto que gerou no petróleo de baixa qualidade) nos tornamos super dependentes do diesel que não conseguimos suprir por nós mesmos.
A pressão nos preços dos alimentos que provoca os biocombustíveis já foi provada na China, que a forçou a proibir a produção do álcool a partir do milho.
Então o caso é o de uma psicopatologia pesada. E o diagnóstico mais provável é: Transtorno de Afeto Bipolar que tem por característica picos muito grandes de humor, em pouco espaço de tempo, pro lado da depressão (ou distimia ou disforia), e pro lado da mania (euforia ou eutimia). Por estes dois aspectos também conhecemos este transtorno como psicose maníaco-depressiva, e o doente sofre de mudanças de humor constantes, sendo perigoso e gastador em fases maníacas, e retraído, podendo se suicidar.

- Também não sou psicólogo - disse o misterioso examinado.

Enquanto isso o óleo parece ter encontrado seu espaço nas proximidades de USD 80 o barril, chegando a superar este patamar na última quarta feira.

A bem da verdade este valor ainda não impressiona, se corrigirmos a cotação em 1980 de USD 38 o barril para hoje, poderíamos chegar a alguma coisa como USD 101 o barril, dependendo da metodologia utilizada para esta correção.

O que realmente impressiona é o apodrecimento da moeda americana.

A balança comercial dos EUA registrou um déficit de US$ 64,8 bilhões no mês de junho. O resultado de junho foi o quinto pior já registrado nos EUA. Já o resultado de maio, US$ 65 bilhões, foi revisado para cima em US$ 1,1 bilhão em relação ao divulgado anteriormente.

As importações de petróleo e bens de consumo foram maiores do que as divulgadas anteriormente.A balança comercial americana acumulou déficit de US$ 768 bilhões no primeiro semestre, em termos anualizados.

O número já ultrapassa os US$ 716,7 bilhões registrados para todo o ano de 2005.

Quem estaria financiando este déficit?

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