Dizia algum filósofo cujo nome me foge à lembrança: “está tudo conectado”.
Um dos que teorizaram a asserção foi Carl Gustav Yung quando ele trata em seus escritos do que chamou de “inconsciente coletivo” que não passa, em última análise, de uma conexão inconsciente entre todos os seres.
Contudo, não se trata de matéria nova, em verdade uma crença milenar, bem característica dos povos das Antilhas e seus vodus como o candomblé dos afro-brasileiros.
Coisas interessantes e surpreendentes acontecem todos os dias e, sem dúvida, guardam conexão entre si. Eu mesmo saquei algumas de eventos recentes que passo a enumerar abaixo:
Coisas interessantes e surpreendentes acontecem todos os dias e, sem dúvida, guardam conexão entre si. Eu mesmo saquei algumas de eventos recentes que passo a enumerar abaixo:
Primeiro, a vitória de Barack Obama na indicação do partido para concorrer às eleições presidenciais dos EUA em novembro.
Conservadores (um termo politicamente suave) como demonstraram ser, os norte-americanos ao longo da história, a eliminação de uma mulher da corrida presidencial não chega a ser surpresa.
O espantoso é a preferência demonstrada pelo candidato de descendência afro a uma mulher branca, e surpresa maior será ele bater o candidato republicano e seu plano de retirada das tropas do Iraque em cem anos.
Como inventores da democracia, não podemos eliminar o risco de vermos suas regras alteradas ou adaptadas nem reinventadas, a uma crescente predominância afro na etnia americana.
A segunda, é que o SUS irá efetuar cirurgia de mudança de sexo.
De quem? Seria uma pergunta natural antes de estabelecermos contato com a razão e, voltando a realidade, depararmos com mais um evento improvável.
Mas sempre uma pequena dúvida persiste.
Será que os brasileiros, mais particularmente essa galera do SUS, descobriram como transformar um macho em fêmea e vice-versa?
Testaram antes o procedimento em animais e se precaveram em não anunciar enganosamente alguma coisa híbrida, apartado dos opostos que conhecemos hoje como macho e fêmea?
Desde quando “mudança de sexo” é um problema da saúde pública?
Existe algum plano estratégico em efetuarmos mudanças de sexo em larga escala?
E o que tem isso a ver com Barack Obama e Hillary Clinton?
Muitas perguntas não têm como ser respondidas, mas a conexão entre os dois eventos é clara.
Hillary Clinton transformada em homem seria a opção sonhada pelos ditos conservadores para a presidência dos EUA.
Já o Obama transformado em mulher não bateria a Condolezza Rice, por motivos óbvios.
Terceiro, ontem recebi um e-mail oferecendo para tirar meu nome da lista do SPC e SERASA (sem eu estar na lista, lógico), pela reles quantia de 25 reais. Valor tão baixo, eles justificam, é porque a retirada é temporária. Com o tempo, os registros voltam mas enquanto isso, eu poderia usar meu crédito restabelecido tal qual uma foice e vivendo um verdadeiro carnaval.
A conexão com os eventos anteriores é gritante, nada que se possa fazer a um preço baixo pode ser verdadeiro, e aí é que entramos no país do carnaval com o quarto evento.
Quarto, o Unibanco lançou em minha conta no dia 2 de junho, dia do pagamento, um débito no valor de 22,50 sob o título de “tarifa light jun08”, nada surpreendente, concordo, surpreendente deve ser a tarifa heavy, fazendo-me crer que poderia ser pior que aceitar este alívio em meu bolso feito por mão leve e sem conexões.
No entanto, logo abaixo, aparece outro débito, de 38,70, sob o título *EXCEDENTE SAQUETERMINAL MAI08”.
Até o momento eu não sabia que tinha um banco (realmente nem parece banco) que se preocupava com minhas incursões ao caixa eletrônico impingindo-me uma multa toda a vez que ultrapassar certa quantia ou número de viagens.
Este conhecimento, desculpem-me, não me é dado a saber, para a minha própria segurança, creio.
Não posso deixar de fazer a conexão entre tal evento e a organização tarifária efetuada pelo BCB e os tópicos anteriores.
Daí inevitável que surja outra questão:
Daí inevitável que surja outra questão:
se não se consegue levar a cabo tarefas mais simples, como a organização de uma política tarifária para os bancos, o que poderemos esperar na consecução de uma coisa mais séria como a política econômica da nação?
Quinto, e advirto que vou parar por aqui, pois estando tudo conectado a coisa pode não ter fim.
Quinto, em inglês,” Oil surges $5.49 to settle at $127.79 as dollar retreats after European Central Bank president says bank may hike interest rates”.
Ou seja, óleo dispara com a fala do Banco Central Europeu de que pode vir a subir a taxa de juros. A declaração ocorreu após o BCE ter anunciado a manutenção da taxa básica em 4%.
Mas aqui nenhuma conexão deve ser feita com o BCB. O banco central é o europeu e a moeda é o euro.
3 comentários:
A coisa funciona mais ou menos como um cabo de guerra. Quando Ben Bernanke, presidente do banco central americano, o FED, anunciou que pretendia manter a taxa de juros nos níveis atuais encerrando assim a série de cortes, ele também sinalizou que pretendia manter o dólar forte interna e externamente, ou seja, sinalizou pouca disposição em efetuar a desvalorização da moeda americana.
No entanto, o desequilíbrio com a alta do preço da energia e o enorme déficit dos EUA com o resto do mundo exerce pressão no sentido oposto, o da desvalorização das outras moedas em relação ao dólar. Para que isso seja melhor compreendido, basta lembrar que antes existia uma paridade que era a base do mercado internacional. Hoje esta paridade está atrapalhada pela valorização artificial das outras moedas do mundo em relação ao dólar. Logo para voltar ao equilíbrio anterior somente existiriam duas alternativas. O os EUA desvalorizam sua moeda tal como ocorreu em crises semelhantes como a vivida na década de 80, ou o resto do mundo desvalorizam as suas respectivas. Ora a desvalorização da moeda sempre representa perda na qualidade de vida, inflação daí a resistência de qualquer governo em proceder o ajuste. Quando um país como o Brasil que sinaliza que manterá sua moeda valorizada aumentando os juros, coloca resistência a inflação que está sendo forçada pelo império econômico, mas sem chances de êxito porque o real não tem, nem de longe, o poder de fogo do dólar.
No entanto, quando o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, anunciou que pode subir a taxa de juros na zona do euro, a coisa soou bombástica, jogou o preço do petróleo para o espaço colocando mais pressão para a desvalorização do dólar.internamente (inflação com perda da qualidade de vida dos norte-americanos).
O movimento do preço do petróleo e das bolsas no mundo não passou de uma antecipação de que a coisa apenas está começando e que os EUA vão ter que desacelerar muito ainda.
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O vice-presidente José Alencar disse nesta terça-feira não acreditar que o crescimento da economia brasileira provoque a alta da inflação no país. Ao comemorar o índice de crescimento de 5,8% do PIB (Produto Interno Bruto) divulgado nesta terça-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Alencar disse que o país não pode ficar "temeroso" quando há oferta por bens de consumo.
"Nosso país é de subconsumo. O que precisamos estimular é o crescimento da produção, das ofertas de bens. Daí a razão pela qual bato contra a política monetária restritiva do país porque precisamos crescer. Você não pode achatar o consumo de quem não consome", afirmou.
Segundo o IBGE, a alta da economia brasileira no primeiro trimestre de 2008 fez o crescimento em 12 meses atingir um ritmo não visto nos últimos 12 anos. O PIB cresceu 5,8% em 12 meses encerrados no primeiro trimestre deste ano, o que é a maior taxa da série histórica iniciada em 1996. No trimestre frente ao mesmo período de 2007, o crescimento também foi de 5,8%.
O PIB, que mostra o comportamento de uma economia, é a soma das riquezas produzidas por um país --é formado pela indústria, agropecuária e serviços. O PIB também pode ser analisado a partir do consumo, ou seja, pelo ponto de vista de quem se apropriou do que foi produzido.
Juros
Alencar voltou a criticar a recente alta na taxa básica de juros da economia (taxa Selic) pelo Copom (Comitê de Política Monetária) ao afirmar que "juros altos são inibidores de consumo", por isso acredita que são utilizados para combater a inflação.
"A nossa taxa básica de juros é dezenas de vezes superior que as taxas do restante do mundo. São muitos países, o Brasil é de primeiro mundo e tem que se colocar ao lado do mercado. Estamos na contramão dos juros."
O vice-presidente cobrou uma "conscientização" da equipe econômica para reconhecer que o país está "errado" no que diz respeito à taxa de juros. "Se essas taxas forem mantidas, vamos chegar perto de R$ 1,2 trilhão de juros gastos durante os oito anos de governo do presidente Lula. Se tivéssemos praticado a taxa nominal à metade, ainda assim ela seria alta", afirmou.
Na semana passada, o Copom decidiu elevar, por unanimidade, a Selic de 11,75% ao ano para 12,25% ao ano, acompanhando a aposta da maioria dos analistas do mercado financeiro. Foi o segundo aumento seguido da taxa básica de juros no ano para combater a alta recente da inflação. Em abril, o BC realizou o primeiro aumento desde maio de 2005, e os juros subiram de 11,25% ao ano para 11,75%.
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