terça-feira, 30 de outubro de 2007

Bolsas - Sinal de Alerta






Parece que há algo de podre no reino.



As bolsas que deveriam espelhar a perspectiva de evolução do sistema produtivo, sinalizam para uma alta que não condiz com as recentes também altas do preço do óleo no mercado internacional.


Historicamente alta da energia significa recessão e inflação.
Ou acredita-se que o preço do petróleo não vai conseguir sustentação e despencará para patamares de antes de agosto ou uma bolha vem sendo criada sinistramente para engolfar os incautos. Seguindo a euforia a inevitável depressão. Onde apostar?


“Se você pensa que o preço do petróleo está alto hoje, espere até quarta feira” disse a CNNMoney, opinião compartilhada por Sieminsky, economista ligado a questões energéticas no Deutsche Bank: “ Se o FED cortar os juros, ele provavelmente empurrará os preços do óleo ainda mais para cima.”


Existem duas razões simples de que taxas mais baixas ocasionam preços do óleo mais altos. A primeira é que taxas mais baixas são projetadas para promover crescimento econômico via custo mais barato para o financiamento. Crescimentos mais fortes, em compensação, requerem o uso de mais energia e maior demanda puxam os preços. Segunda, baixas taxas de juros usualmente causam a queda da moeda americana o que torna o investimento no país(EUA) menos atrativo ao capital estrangeiro.


O óleo, como varias outras commodities, tem seu preço fixado em dólar. Se o dólar cai, as nações produtoras de óleo, como as pertencentes a OPEC, necessitam um preço maior por barril com vistas a manter o mesmo nível de receita. E também eles não estariam dispostos a aumentar a produção por força de uma demanda crescente em países da Europa, em que o óleo se tornaria mais barato.


A questão central é: Estaria a baixa taxa de juros já exaurido seus efeitos sobre o preço do barril, e se não, até onde ele pode crescer?


“Alguma parcela já foi transferida, mas podemos esperar mais” , foi o que disse Neal Dingmann, um analista da Dahlman Rose & Co.


Isto poderia estabelecer novo recorde de preços nominais, de quando, com a correção dos preços pela inflação, o petróleo atingiu o equivalente a algum valor entre US$ 96 e US$ 101, no ínicio dos anos 80, durante a guerra Irâ – Iraque.
Da mesma opinião compartilha a autoridade do Deutsche Bank.




Quanto ao Bacen, fora a nota singela emanada na última reunião do Copom, ainda não houve manifestação a respeito.

2 comentários:

Ronaldo disse...

Folha de São Paulo 22/11/2007

O excesso de liquidez internacional levou o preço dos papéis de países emergentes, como o Brasil, a patamares altos demais em relação à capacidade de as empresas negociadas gerarem lucro para seus acionistas, conforme advertiu duas vezes neste ano o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Ronaldo disse...

Folha de São Paulo 23/11/2007

Pela terceira vez no ano, Meirelles voltou a afirmar sua preocupação com o que chama de exuberância no preço das ações brasileiras, em meio ao bom momento da economia.

"Todas as experiências de expansão prolongada das economias de qualquer país trazem consigo o risco de exageros, de exuberância e de euforias. Temos risco sim de que possa haver exagero de precificação de alguns ativos. E exageros de precificação levam depois a alguns exageros de correção. No momento em que tudo está indo muito bem --e tudo indica que vai continuar bem- é importante termos cuidado para não correr o risco do exagero da euforia", disse. A afirmação foi feita a uma platéia de mais de cem executivos financeiros.